sábado, 24 de novembro de 2018

Análise de Thronebreaker: The Witcher Tales




Em 2017 Thronebreaker foi anunciado como uma campanha singleplayer de Gwent: The Witcher Card Game. No entanto, a campanha ficou maior e mais ambiciosa que o esperado, o que fez a CDPR transformá-la em um jogo próprio. O jogo foi anunciado neste ano e foi lançado para PC no dia 28 de outubro.

Ele traz uma mistura de Gwent: The Witcher Card game e da série The Witcher, mesclando jogo de cartas com decisões impactantes e uma história densa. Apesar de ser uma união estranha, a empresa polonesa acertou em cheio, conseguindo transformar um simples jogo de cartas em algo único e divertido. Dividimos nossa review em duas partes: uma mais técnica, contendo o que o jogo oferece e a outra, uma análise, com nossa opinião.



A História

Em Thronebreaker: The Witcher Tales você segue os passos de Meve, a rainha de Lyria e Rivia. Após participar de um encontro com os outros governantes do Norte para discutir a guerra com Nilfgaard, Meve volta para seu reino. No meio do grande conflito, a II Guerra de Nilfgaard, Meve deve buscar novos aliados e recursos, fortalecer seu exército e combater as forças de Nilfgaard. A busca pela libertação de Lyria e Rivia, e pela vingança, leva o jogador para quatro diferentes reinos, em 5 mapas e 1 prólogo.


Cúpula dos Reinos do Norte


A Rainha Meve é mencionada nos livros como sendo uma rainha corajosa e valente, tendo levado uma guerra de guerrilha contra os nilfgaardianos que teve seu ápice na Batalha da Ponte do Yaruga (um ponto muito importante dos livros). O jogo explora essa parte da história da II Guerra Nilfgaardiana, ampliando a narrativa e expandindo o personagem da Rainha Meve.
Existem também diversos personagens com os quais Meve pode contar como aliados. Todos têm sua própria história e o desenrolar da jornada da rainha pode fazer com que esses personagens fiquem ou sigam outro rumo.  



Rainha Meve e sua comitiva


Gameplay

Thronebreaker mescla a jogabilidade de um RPG isométrico (como Diablo II ou Baldur’s Gate) com o sistema de cartas de Gwent. Enquanto a exploração é feita de cima (isométrico) os combates são decididos no Gwent. No comando de Meve, você não só explora os mapas para prosseguir na história, mas também para conseguir recursos, como ouro e madeira, e recrutas para seu exército. Esses recursos podem ser utilizados para melhorar o acampamento e seu exército e para recrutar novos soldados para sua causa. Isso tudo pode ser feito no acampamento, que pode ser acessado a qualquer hora durante a exploração. Ao longo da jornada, diversas sidequests e interações ficam disponíveis, podendo o jogador decidir se as aceita ou não e quais serão as ações de Meve. Nestes momentos, muitas vezes a visão isométrica dá lugar a uma narração ou a um diálogo da situação. São oportunidades para entender mais da história e dos problemas dos lugares e do mundo de The Witcher e para ganhar (ou perder) recursos. Também é possível ganhar novas cartas e itens para Gwent (títulos de jogador, avatares e cartas premium).



Visão isométrica


Outra parte importante do gameplay são as batalhas. Throbreaker simula o combate e a guerra através do sistema de Gwent, colocando exército contra exército (sendo os exércitos representados por um deck de cartas). Existem quatro tipos de batalha: normal, curta, quebra-cabeças e história. A normal é o tradicional jogo de Gwent: três rodadas com um número limitado de compras de cartas e seguindo as regras normais do jogo. Na batalha curta, é jogado apenas a última rodada, geralmente com o deck normal do jogador. Já no quebra-cabeças, as regras, e o deck, são especiais, sendo feitas de acordo com o quebra-cabeça em questão. Por último, as batalhas de história podem ser normais ou curtas, mas, diferentemente das batalhas normais, elas trazem elementos mais conectados à história, como personagens e/ou resultados de escolhas passadas.


Uma batalha de quebra-cabeças. Neste caso temos que destruir todos os inimigos com as cartas disponíveis.


As interações do jogador com os personagens à sua volta também são essenciais para o sucesso de Meve. A maioria das missões e batalhas dão escolhas, podendo ser de menor ou maior importância. As de menor importância afetam recursos e o estado de ânimo do exército (que pode ser neutro, negativo ou positivo. No negativo suas cartas sofrem uma penalidade nos pontos de força e no positivo suas cartas recebem bônus), mas importam muito pouco. No entanto, outras missões e batalhas afetam fortemente a jornada e a história, podendo resultar em batalhas mais fáceis ou difíceis ou até na saída de um personagem. 


Uma batalha curta com a presença de um chefe inimigo. A numeração de força verde indica que o ânimo do exército é positivo.


Visuais e áudio

Diferentemente de The Witcher 3, Thronebreaker utiliza gráficos mais simples, mas não menos polidos. A arte do jogo é mais estilizada, buscando passar a sensação de uma história que está sendo contada por um narrador. Na visão isométrica e nos diálogos com outros personagens temos cenários em movimento e cores vibrantes. Nas cinemáticas e em algumas narrações/diálogos o visual muda para um estilo mais estático, o que ajuda a dramatizar as escolhas, e consequências, do jogador.


Aedirn em chamas


O áudio muda constantemente. Cada mapa/ambiente possui sua própria música/efeitos, bem como em momentos importantes do jogo. As músicas seguem bastante a linha de The Witcher 3 em relação ao ambiente, mas divergem nas músicas de combate, tendo cada facção/exército seu próprio estilo (que também é aparente quanto ao visual, lembrando bastante um campo de batalha que varia de acordo com a situação). A grande maioria dos textos e diálogos são narrados, algumas vezes por um narrador outras pelos próprios personagens.


Uma das cenas de diálogos do jogo


Análise

Jogos de cartas costumam ser uma experiência mais focada em multiplayer e na construção de decks. Hearthstone, Magic: The Gathering, Elder Scroll Legends e o próprio Gwent seguem essa receita. São jogos que vão em sentido contrário aos RPGs e demais jogos singleplayer, onde a história e o crescimento do personagem são o principal. No entanto, Thronebreaker: The Witcher Tales não segue 100% a cartilha dos outros jogos de seu gênero. Com uma história envolvente, foco em batalhas singleplayers e tendo na construção do deck uma alusão ao crescimento dos personagens, o novo lançamento é um híbrido, possuindo tanto características de RPG quanto as de um jogo de cartas tradicional.


Reynard Odo, a mão direita de Meve


O deck de cartas simula os soldados e equipamentos do exército de Meve, bem como as partidas de cartas simulam os combates e batalhas na jornada em busca de vingança. E isso é feito de uma maneira que, muitas vezes, dá para esquecer que se está jogando um jogo de cartas. As batalhas mudam conforme o inimigo e a situação, podendo variar de um cerco a uma cidade para um roubo (sim, a CDPR fez um roubo com o sistema de Gwent). E não é somente o cenário que muda: a dinâmica do jogo e até o próprio deck disponível também podem variar. O que eleva muito a percepção de que estamos participando de uma longa jornada, e não apenas de um monte de partidas de Gwent.


Meve e suas tropas defendem um forte contra os invasores


Os personagens e a história são outros pontos positivos. À medida que a história progride, conhecemos mais a fundo os personagens e suas motivações, bem como sua influência para o exército de Meve. Outro fator que ajuda muito a história são as decisões que podem ser tomadas pelo caminho. Tendo bastante influência de The Witcher, as escolhas, além de apimentar a história, também influenciam no estado do mundo, podendo variar nos recursos disponíveis, na moral do exército, no ganho ou perda de personagens (e suas respectivas cartas) e sobre qual será a consequência para o mundo e para o reinado de Meve. Você consegue sentir o peso de suas escolhas, e certamente se sentirá mal em muitas delas (em uma delas me senti um completo desgraçado pelo que fiz).


Salvar o elfo ou deixa-lo sofrer a fúria da população? A escolha é sua.


Os gráficos não são do nível de The Witcher 3, mas são bastante bonitos e polidos, incluindo bons efeitos de física. A arte dos cenários e dos personagens ajuda a dar uma identidade para o jogo, tornando-o algo único e não uma expansão/modificação travestida de jogo novo (algo que, infelizmente, vem sendo feito por muitas desenvolvedoras). As músicas e efeitos sonoros também foram desenhadas especialmente para o jogo, ajudando na imersão da história e das batalhas. Os diálogos são incríveis, com direito a sincronização labial nas falas dos personagens. Juntamente com a narração em terceira pessoa, os diálogos transmitem as situações e emoções dos personagens, passando alegria, medo, raiva e tristeza para o jogador.


Meve enfrentando a nevasca de Mahakan


Um ponto negativo quanto ao jogo é a exploração e busca de recursos. Apesar de render muitas missões secundárias e Easter Eggs, a exploração torna-se bastante repetitiva e monótona, já que basicamente você repete as mesmas ações e o cenário, apesar de bonito e com muitas variações, não é muito interativo. Outra reclamação é quanto à quantidade de interações com os personagens que, apesar de densas e interessantes, foram poucas e mal aproveitadas.

Apesar de chata, a exploração tem pontos positivos, como a possibilidade de melhorar seu acampamento e seus soldados. 

Apesar dos defeitos, Thronebreaker: The Witcher Tales é um jogo que merece ser jogado. História incrível, batalhas divertidas, personagens carismáticos e cenários empolgantes (apesar da chatice da exploração), tornam o jogo uma experiência única. Além disso, você também poderá encontrar personagens dos livros, dos games e também poderá desbloquear itens para Gwent. Se você gosta de The Witcher e de Gwent, Thronebreaker é uma parada essencial.Uma brilhante joia no meio dos gigantes de 2018.



Thronebreaker: The Witcher tales está disponível para PC na Steam e na GOG, e será lançado para Xbox One e PS4 em 4 de dezembro.

Um comentário:

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