Matéria EXCLUSIVA WitcherBR
Um RPG num futuro sombrio. É esse o texto destacado na
capa do primeiro livro de Cyberpunk 2020 escrito por Mike Pondsmith, produzido
pela R. Talsorian Games em 1988. Trata-se de um mundo futurista sombrio, após
um colapso econômico, marcado pela lei marcial (bem ao estilo de Dredd, da
mesma época), no qual corporações multinacionais assumem o poder político e econômico
do país. O plano de fundo é um universo de contrastes: alta tecnologia, beleza,
pobreza e opressão convivendo juntas.
E os anos? 2013? 2020? 2030? A primeira edição lançada em
1988 fazia referencia ao ano de futurista iniciando em 2013. Dois anos depois, em 1990, a
segunda edição passou a considerar o ano de 2020. Em 2005 foi lançada a
terceira versão ambientada no ano de 2030. Estamos em 2016, acredita-se que
2077 seja o ano de ambientação escolhido pela CD Projekt RED. Vale lembrar
ainda que Cyberpunk 2020 escrito em 1990 não previu tecnologias como mp3, conceito vago de internet e CDs. Essa modernidade certamente será adaptada pela RED.
Conhecendo os personagens
* estamos nos referindo a edição mais famosa, Cyberpunk
2020.
- Roqueiros
Roqueiros rebeldes que usam a música e a revolta para
combater as autoridades. São poetas das ruas, a consciência social e rebeldia
dos anos 2000. Você tem uma história da qual se orgulha – Dylan, Sprimgsteen,
The Who, Elvis, Stones... – as legiões de heróis do hardrock que contam a
verdade com suas guitarras estridentes e letras honestas.
- Solos
Assassinos de aluguel, guarda-costas, matadores,
soldados. A maioria dos solos tem experiência militar, seja num exército das
corporações ou numa das constantes ações policiais do governo pelo mundo.
Você precisou se modernizar, cibermembros para armas e
armaduras, chips com bio-programas, drogas para combates, enfim, uma infinidade
de recursos conferem uma superioridade em seus reflexos. Isso tudo tem um
preço. Seus reflexos de assassino estão tão desenvolvidos que você tem que se
conter para não se enfurecer de uma hora para outra.
- Netrunners
Hackers cibernéticos. Aos três anos seus pais lhe
compraram um velho Apple IV GS com uma tela Radius 241 e sua via mudou.
Quando você tinha treze anos, você transferiu dinheiro
suficiente do sistema de contas desprotegido do banco Transamericano para
financiar seu primeiro implante de interface neural. Você é o hacker perfeito:
seu cérebro está conectado a modens e elos especiais. Você entra com facilidade
nos sistemas mais guardados. O preço a se pagar é estar desprotegido: até que a
corrida de invasão termine, você estará com seu cérebro exposto e mergulhado na
rede.
- Técnicos
Mecânicos e médicos renegados. Você não pode deixar nada
quieto – se algo permanecer ao seu lado por mais de cinco minutos você o
desmonta e o transforma em algo novo. Sempre carrega pelo menos duas chaves de
fenda e uma chave inglesa no bolso.
Se você for bom ganhará muito dinheiro, mas também acumulará
altos inimigos. Seu primo é como você, porém ele é um tecnomédico. Num mundo
onde metade de todas as coisas estão relacionada a mecânica, isso faz todo o
sentido. Com problemas iguais ao seu.
- Mídias
Homens das notícias e repórteres que fazem de tudo para
obter a verdade. Eles estão distorcendo a verdade lá fora. E você tem de
impedí-los.
Semana passada, você seguiu uma pista quente e descobriu
que uma corporação médica comercializava drogas ilegais nas ruas. Essa semana,
está cobrindo uma guerra secreta entre corporações na América do Sul.
Cada nova história que você coloca no ar é mais um golpe
que está deferindo em nome da liberdade e da justiça. Isso sem falar em
audiência!
- Policiais
Representantes máximos da lei nas duras ruas do século
XXI. Você está carregando pelo menos quatro armas de grosso calibre, na sua
maioria automáticas, usando coletes Kevlar capazes de suportar tiros de 18 Kg
por cm quadrado.
- Corporativos
Astutos caçadores de negócios e multimilionários. Existem
caras abaixo de você, que matariam para ter um emprego como o seu. Existem
caras acima de você, que matariam para mantê-lo afastado de seus negócios.
Sabotagem? Constante. Suborno? Rotina. Chantagem? Comum.
Promoção por assassinato? Sempre uma possibilidade. Os riscos são altos, um
escorregão e você pode se encontrar nas suas com o resto do lixo. Ou morrer.
Seus ideias estão um pouco enfraquecidos e as coisas
fugindo a seu controle. Você não pode mais se preocupar com coisas como ética.
- Atravessadores
Intermediários, contrabandistas, organizadores,
traficantes de informação. Agora suas jogadas deixaram de ser informações baratas
e passaram a ser grandes, nos ramos dos negócios.
Porém você não está nisso somente pela grana. Se alguém
precisa sumir por um tempo, você irá esconde-lo. Talvez faça isso pois sabe que
ficarão lhe devendo uma. Porém não tem tanta certeza. Você é um terço Robin
Hood e dois terços Al Capone. Nos anos 90 os chamariam de Rei do Crime.
- Nômades
Guerreiros das ruas e ciganos que percorrem as
auto-estradas. As corporações chegaram e o expulsaram de suas terras. Não é a
primeira vez que isso acontece, nem será a última.
Vocês procuram suprimentos, empregos estranhos e partes
sobressalentes em um mundo onde a sociedade está fragmentada. Batedores?
Motoqueiros? Todos no mesmo ramo.
Neuromancer, Cyberpunk e a CD Projekt RED
Nos Estados Unidos, trinta e dois anos de um governo
corrupto e a desestabilização econômica resultaram em uma nação dívida – por classes,
raças e condições econômicas. Governos e corporações estão lado a lado. Bolsas
de valores, espionagem e atividades secretas, guerras corporativas, submundo do
crime, tudo isso associado a inovação tecnológica rendeu a Cyberpunk 1988 o
premio de melhor RPG da sua década.
Não sabemos como a empresa polonesa irá aproveitar todos
esses elementos em seu jogo. Acostumada como o universo de The Witcher,
trabalharam por um longo período focados principalmente na história com um
personagem marcante. O mundo de Cyberpunk é muito mais do que isso. Não existe
um personagem emblemático (ao menos por enquanto).
Rumores apontam também para a possibilidade de inserirem
personagens de Neuromancer, obra em livro de William Gibson, considerado um dos
maiores romances do gênero Cyberpunk.
O livro conta a história de Cage, um ex hacker (cowboy,
como são chamados os hackers no livro), que foi impossibilitado de exercer sua
profissão, graças a um erro que cometeu ao tentar roubar seus patrões. Eles
então envenenaram Case com uma micotoxina, que danificou seu sistema neural e o
impossibilitou de se conectar à Matrix. Antes deixaram uma quantia de dinheiro
com ele, pois "iria precisar dele".
Case então procura as clínicas clandestinas de medicina
de Chiba City, onde gasta todo seu dinheiro com exames, sem conseguir encontrar
uma cura. Drogado, sem dinheiro, desempregado - é nessa condição que Molly o
encontra e a trama se inicia, com uma cura para os danos de Case à vista.
Sentiu uma aproximação com Matrix, o mesmo livro que
levou a trilogia de filmes famosos? Pois saiba que tudo isso ainda tem
inspiração em Ghost in the Shell (no Brasil veio com o nome de “O Fantasma do
Futuro”), uma animação japonesa de 1995 dirigido por Mamoru Oshii e escrito por
Kazunori Itô e Masamune Shirow.
Temos um artigo especial com as primeiras imagens econceitos de Cyberpunk 2077 pela CD Projekt RED. Abaixo deixo também o filme “Ghost
in the Shell” caso esteja empolgado com o assunto.
E se tudo isso ainda não cessou sua curiosidade, a páginade Cyberpunk da Wikipédia traz uma imensa lista de livros e filmes aos quais
você pode perder horas e horas.
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